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Apenas uma partitura

 

Descortinei diante dos meus olhos uma ilusão

Que afetava de modo angustiante minha alma

Que me afligia noite e dia pela voz sem nenhuma calma

Atordoava minhas veias e dilacerava meu coração.

 

A este coração impetuoso, audacioso e esperançoso,

E agora perdido, mas desejando almejar,

Um sonho ao encontro de uma paz ao corpo harmonioso

E sem pesadelos

Cobiçando conjugar o verbo amar.

 

A este “amar”

Navega-se em tempestades em alto mar

Com ondas que avassalam tua alma sem a encontrar

E novamente, insistentemente aspiro reencontrar,

O elo perdido descortinado da ilusão sem adulterar.

 

Logo, hoje em dia, questiono comigo mesmo:

“Descobri” minha insólita e audaz ilusão?

Com ou sem veemência ao meu nobre coração?

Enganei-me pelos ternos impulsivos instantes?

Chego à conclusão:

Suportei o imaginável fantasiado de aventura

Minha mente atormentada diante dessa loucura

Afastou-se do pesadelo por essa criatura

Concluindo apenas: essa melodia era apenas uma partitura!

Ah, esta brisa...

Ah, esta brisa que me abraça,

E que me encanta nesta noite

Acalenta um sentimento inocente

E que de tão inocente que é

Fico à deriva em meus próprios pensamentos.

Ah, esta brisa que abarca;

Abarca minha inocência

Abarca este tal de sentimento nobre

E que duelam em silêncio;

Pelo menos, é isso que eu penso.

Análise racional ou conclusão emocional?

Sei lá! Sem respostas..., prefiro o silêncio.

Ah, esta brisa silenciosa;

Que invade a vaidade ociosa

Que distorce a pura da inocência

E que em dado momento

Alguns, humildemente, rogam por clemência.

E que seja feita tua vontade

Mesmo nas mais profundas teorias pobres

Mesmo no círculo do “bem-me-quer”;

Ou estranhamente,

No cerne do “mal – me – quer”.

 Uma Carta

 

Escrevendo uma carta, pensei:

Pensei em desaguar minhas ansiedades e angústias

Pensei em relatar o incomodo comigo mesmo

Pensei em espelhar meu Eu espalhado

Pensei em inserir meu próprio retrato no tema de amarguras.

Mas, pensando bem...

Ferir-me com tantos pensamentos

Contestar divagações açoitadas pelo meu outro Eu

Pelas indignações ou indiferenças do verbo amar

E que arremete o sentimento de culpa

Ao coração transfigurado de um poeta ultrajado ao luar.

Pensando bem...

Analiso tais questionamentos

Deixando-me cair na angústia de esquecimentos

Que do passado reflete o futuro sem constrangimentos

Ainda assim, sobrepostos a uma lágrima sentida e contrita...

E que esta prima primavera

Que permeia, rega e vagueia,

Semeando e clareando esta digna dualidade

Padronizando assim o meu pensar

E desejando simplesmente amar-te sem medo,

À luz do cintilo prateado noturno.

 

 

Outras, acesse 

Brisa Silenciosa

 

Oh, brisa silenciosa e enigmática;

Que até envolve este fútil corpo, mas não minha alma;

Que desdenha meus profundos desejos

Que não embala e não acalenta os anseios.

 

Mergulhas a sombra nefasta, sombria;

Não arrefece o pesar desta nostálgica saudade

Dispa-me aos pés da incólume aflição

E mesmo assim, sou passageiro com emoção.

 

Brisa silenciosa da neblina escura

Quanto às lembranças tempestivas e áridas

Leve-as, tal qual a leve bruma – suave e pura.

 

Brisa silenciosa de neblinas ávidas

Respeite as dores vindas do açoite sem candura;

E assim, tais emoções tornem-se cálidas.

 

Inenarrável

Penumbra que rasga alguma nuance de esperança

E que rasga, e que a dilacera em infinitos fragmentos,

Os imensuráveis registros, mas não esquecidos,

Em uma gaveta chamada de saudosas lembranças.

Tantas lembranças de tempos de outrora

Que a aurora intocável adornava a crença infantil

Com sua maestria embalava cada segundo da hora

Através de anseios, esperanças e quimeras mil.

A penumbra se fez assídua leitora destes registros

Até questionou alguns instantes do teu crescer

Mas, teu olhar não permitiu a possíveis sinistros;

E o orvalho se fez testemunha do diário alvorecer.

E assim... O dito pelo não dito;

A esperança tornou-se reflexiva diante da penumbra

A aurora bajulou, serenamente, a angústia indomável;

O orvalho desenhou uma paisagem que deslumbra

Que na consciência; a lembrança é de valor inenarrável.

 

 

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